Não percam!
sábado, 30 de abril de 2011
150 anos de doutrina espírita (1857 - 2007)
Para relembrar os 150 anos de Doutrina espírita em 2007
relembrar é viver!!!
sexta-feira, 29 de abril de 2011
ADOLFO BEZERRA DE MENEZES - 1831 – 1900
Adolfo Bezerra de Menezes nasceu na antiga Freguesia do Riacho do Sangue (hoje Jaguaretama), no Estado do Ceará, no dia 29 de agosto de 1831, desencarnando no Rio da Janeiro, no dia 11 de abril de 1900.
No ano de 1838 entrou para a escola pública da Vila do Frade, onde, em dez meses apenas, preparou-se, suficientemente, até onde dava os conhecimentos do professor que dirigia a primeira fase de sua educação. Muito cedo revelou a sua fulgurante inteligência, pois aos 11 anos de idade iniciava o curso de Humanidades e, aos 13 anos, conhecia tão bem o latim que ele próprio o ministrava aos seus companheiros, substituindo o professor da classe em seus impedimentos.
Seu pai, o capitão das antigas milícias e tenente- coronel da Guarda Nacional, Antônio Bezerra de Menezes, homem severo, de honestidade a toda prova e de ilibado caráter, tinha bens de fortuna em fazendas de criação. Com a política, e por efeito do seu bom coração, que o levou a dar abonos de favor a parentes e amigos, que o procuravam para explorar- lhe os sentimentos de caridade, comprometeu aquela fortuna. Percebendo, porém, que seus débitos igualavam seus haveres, procurou os credores e lhes propôs entregar tudo o que possuía, o que era suficiente para integralizar a dívida. Os credores, todos seus amigos, recusaram a proposta, dizendo- lhe que pagasse como e quando quisesse.
O velho honrado insistiu; porém, não conseguiu demover os credores sobre essa resolução, por isso deliberou tornar- se mero administrador do que fora sua fortuna, não retirando dela senão o que fosse estritamente necessário para a manutenção da sua família, que assim passou da abastança às privações.Animado do firme propósito de orientar- se pelo caráter íntegro de seu pai, Bezerra de Menezes, com minguada quantia que seus parentes lhe deram, e animado do propósito de sobrepujar todos os óbices, partiu para o Rio de Janeiro a fim de seguir a carreira que sua vocação lhe inspirava: a Medicina.
Em novembro de 1852, ingressou como praticante interno no Hospital da Santa Casa de Misericórdia. Doutorou- se em 1856 pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, defendendo a tese "Diagnóstico do Cancro". Nessa altura abandonou o último patronímico, passando a assinar apenas Adolfo Bezerra de Menezes. A 27 de abril de 1857, candidatou-se ao quadro de membros titulares da Academia Imperial de Medicina, com a memória "Algumas Considerações sobre o Cancro encarado pelo lado do Tratamento". O parecer foi lido pelo relator designado, Acadêmico José Pereira Rego, a 11 de maio de 1857, tendo a eleição se efetuado a 18 de maio do mesmo ano e a posse a 1.o. de junho. Em 1858 candidatou- se a uma vaga de lente substituto da Secção de Cirurgia da Faculdade de Medicina. Por intercessão do mestre Manoel Feliciano Pereira de Carvalho, então Cirurgião- Mor do Exército, Bezerra de Menezes foi nomeado seu assistente, no posto de Cirurgião- Tenente.
Eleito vereador municipal pelo Partido Liberal, em 1861, teve sua eleição impugnada pelo chefe conservador Haddock Lobo, sob a alegação de ser medico militar. Com o objetivo de servir o seu partido, que necessitava dele para ter maioria na Câmara, resolveu afastar-se do Exército. Em 1867, foi eleito Deputado Geral, tendo ainda figurado numa lista tríplice para uma carreira no Senado.
Quando político, levantaram-se contra ele, a exemplo do que sucede com todos os políticos honestos, rudes campanhas de injuria, cobrindo seu nome de impropérios entretanto, a prova da pureza de sua alma, deu-a, quando deliberou abandonar a vida publica e dedicar-se aos pobres, repartindo com os necessitados o pouco que possuía. Corria sempre ao casebre do pobre onde houvesse um mal a combater, levando ao aflito o conforto de sua palavra de bondade, o recurso da sua profissão de médico e o auxilio da sua bolsa minguada e generosa.
Afastado interinamente da atividade política, dedicou-se a empreendimentos empresariais criou a Companhia Estrada de Ferro Macaé/Campos, na então província do Rio de Janeiro. Posteriormente, empenhou-se na construção da via férrea de Santo Antônio de Pádua, pretendendo levá-la ate o Rio Doce, desejo que não conseguiu realizar. Foi um dos diretores da Companhia Arquitetônica que, em 1872 abriu o Boulevard 28 de Setembro , no então bairro de Vila Isabel. Em 1875, foi presidente da Companhia Carril de São Cristóvão. Voltando a política, foi eleito vereador em 1876, exercendo o mandato ate 1880. Foi ainda presidente da Câmara e Deputado Geral pela Província do Rio de Janeiro, no ano de 1880.
O Dr. Carlos Travassos havia empreendido a primeira tradução das obras de Allan Kardec e levara a bom termo a versão portuguesa de "O Livro dos Espíritos". Logo que esse livro saiu do prelo levou um exemplar ao deputado Bezerra de Menezes, entregando- o com dedicatória. O episódio foi descrito do seguinte modo pelo futuro Médico dos Pobres: "Deu- mo na cidade e eu morava na Tijuca, a uma hora de viagem de bonde. Embarquei com o livro e, como não tinha distração para a longa viagem, disse comigo: ora, adeus! Não hei de ir para o inferno por ler isto... Depois, é ridículo confessar- me ignorante desta filosofia, quando tenho estudado todas as escolas filosóficas. Pensando assim, abri o livro e prendi- me a ele, como acontecera com a Bíblia. Lia. Mas não encontrava nada que fosse novo para meu Espírito.
Entretanto, tudo aquilo era novo para mim!... Eu já tinha lido ou ouvido tudo o que se achava no "O Livro dos Espíritos". Preocupei- me seriamente com este fato maravilhoso e a mim mesmo dizia: parece que eu era espírita inconsciente, ou, mesmo como se diz vulgarmente, de nascença".
Demonstrada a sua capacidade literária no terreno filosófico, que pelas replicas, quer pelos estudos doutrinários, a Comissão de Propaganda da União Espirita do Brasil incumbiu Bezerra de Menezes de escrever, aos domingos, no O Paiz , tradicional órgão da imprensa brasileira, dirigido por Quintino Bocaiúva, uma serie de artigos sob o titulo O Espiritismo - Estudos Filosóficos . Os artigos de Max , pseudônimo de Bezerra de Menezes, marcaram a época de ouro da propaganda espirita no Brasil. Esses artigos foram publicados, ininterruptamente, de 1886 a 1893.
Da bibliografia de Bezerra de Menezes, antes e após a sua conversão do Espiritismo, constam os seguintes trabalhos: "A Escravidão no Brasil e as medidas que convém tomar para extingui-la sem dano para a Nação", "Breves considerações sobre as secas do Norte", "A Casa Assombrada", "A Loucura sob Novo Prisma", "A Doutrina Espírita como Filosofia Teogônica", "Casamento e Mortalha", "Pérola Negra", "Lázaro -- o Leproso", "História de um Sonho", "Evangelho do Futuro". Escreveu ainda várias biografias de homens célebres, como o Visconde do Uruguai, o Visconde de Carvalas, etc. Foi um dos redatores de "A Reforma", órgão liberal da Corte, e redator do jornal "Sentinela da Liberdade".
No dia 16 de agosto de 1886, um auditório de cerca de duas mil pessoas da melhor sociedade enchia a sala de honra da Guarda Velha, na rua da Guarda Velha, atual Avenida 13 de Maio, no Rio de Janeiro, para ouvir em silêncio, emocionado, atônito, a palavra sábia do eminente político, do eminente médico, do eminente cidadão, do eminente católico, Dr. Bezerra de Menezes, que proclamava a sua decidida conversão ao Espiritismo.
Em 1894, o ambiente demonstrou tendências de melhora e o nome de Bezerra foi lembrado como o único capaz de unificar a família espírita. O infatigável batalhador, com 63 anos de idade, assumiu a presidência da Federação Espirita Brasileira.Iniciava- se o ano de 1900, e Bezerra de Menezes foi acometido de violento ataque de congestão cerebral, que o prostrou no leito, de onde não mais se levantaria.Verdadeira romaria de visitantes acorria à sua casa. Ora o rico, ora o pobre, ora o opulento, ora o que nada possuía.
Ninguém desconhecia a luta tremenda em que se debatia a família do grande apóstolo do Espiritismo. Todos conheciam suas dificuldades financeiras, mas ninguém teria a coragem de oferecer fosse o que fosse, de forma direta. Por isso, os visitantes depositavam suas espórtulas, delicadamente, debaixo do seu travesseiro. No dia seguinte, a pessoa que lhe foi mudar as fronhas, surpreendeu- se por ver ali desde o tostão do pobre até a nota de duzentos mil reis do abastado!...
Desencarnou em 11 de abril de 1900. Ocorrida a sua desencarnação, verdadeira peregrinação demandou sua residência a fim de prestar- lhe a última visita.No dia 17 de abril, promovido por Leopoldo Cirne, reuniram- se alguns amigos de Bezerra, a fim de chegarem a um acordo sobre a melhor maneira de amparar a sua família, tendo então sido formada uma comissão que funcionou sob a presidência de Quintino Bocaiúva, senador da República, para se promover espetáculos e concertos, em benefício da família daquele que mereceu o cognome de "Kardec Brasileiro".
Digno de registro foi um caso sucedido com o Dr. Bezerra de Menezes, quando ainda era estudante de Medicina. Ele estava em sérias dificuldades financeiras, precisando da quantia de cinqüenta mil réis (antiga moeda brasileira), para pagamento das taxas da Faculdade e para outros gastos indispensáveis em sua habitação, pois o senhorio, sem qualquer contemplação, ameaçava despejá-lo.
Desesperado -- uma das raras vezes em que Bezerra se desesperou na vida -- e como não fosse incrédulo, ergueu os olhos ao Alto e apelou a Deus.Poucos dias após bateram- lhe à porta. Era um moço simpático e de atitudes polidas que pretendia tratar algumas aulas de Matemática. Bezerra recusou, a princípio, alegando ser essa matéria a que mais detestava, entretanto, o visitante insistiu e por fim, lembrando- se de sua situação desesperadora, resolveu aceitar.
O moço pretextou então que poderia esbanjar a mesada recebida do pai, pediu licença para efetuar o pagamento de todas as aulas adiantadamente. Após alguma relutância, convencido, acedeu. O moço entregou- lhe então a quantia de cinqüenta mil réis. Combinado o dia e a hora para o início das aulas, o visitante despediu- se, deixando Bezerra muito feliz, pois conseguiu assim pagar o aluguel e as taxas da Faculdade. Procurou livros na biblioteca pública para se preparar na matéria, mas o rapaz nunca mais apareceu.
No ano de 1894, em face das dissensões reinantes no seio do Espiritismo brasileiro, alguns confrades, tendo à frente o Dr. Bittencourt Sampaio, resolveram convidar Bezerra a fim de assumir a presidência da Federação Espírita Brasileira.
Em vista da relutância dele em assumir aquele espinhoso encargo, travou- se a seguinte conversação:
-- Querem que eu volte para a Federação. Como vocês sabem aquela velha sociedade está sem presidente e desorientada. Em vez de trabalhos metódicos sobre Espiritismo ou sobre o Evangelho, vive a discutir teses bizantinas e a alimentar o espírito de hegemonia.
-- O trabalhador da vinha, disse Bittencourt Sampaio, é sempre amparado. A Federação pode estar errada na sua propaganda doutrinária, mas possui a Assistência aos Necessitados, que basta por si só para atrair sobre ela as simpatias dos servos do Senhor.
-- De acordo. Mas a Assistência aos Necessitados está adotando exclusivamente a Homeopatia no tratamento dos enfermos, terapêutica que eu adoto em meu tratamento pessoal, no de minha família e recomendo aos meus amigos, sem ser, entretanto, médico homeopata. Isto aliás me tem criado sérias dificuldades, tornando- me um médico inútil e deslocado que não crê na medicina oficial e aconselha a dos Espíritos, não tendo assim o direito de exercer a profissão.
-- E por que não te tornas médico homeopata? disse Bittencourt.
-- Não entendo patavinas de Homeopatia. Uso a dos Espíritos e não a dos médicos.Nessa altura, o médium Frederico Júnior, incorporando o Espírito de S. Agostinho, deu um aparte:
-- Tanto melhor. Ajudar-te-emos com maior facilidade no tratamento dos nossos irmãos.
-- Como, bondoso Espírito? Tu me sugeres viver do Espiritismo?
-- Não, por certo! Viverás de tua profissão, dando ao teu cliente o fruto do teu saber humano, para isso estudando Homeopatia como te aconselhou nosso companheiro Bittencourt. Nós te ajudaremos de outro modo: Trazendo- te, quando precisares, novos discípulos de Matemática...
Chico Xavier - 50 anos de mediunidade
** No link abaixo é possível ver o vídeo na íntegra.
http://universoespirita.multiply.com/reviews/item/149
quinta-feira, 28 de abril de 2011
Atidute mental
Neste vídeo, veremos o Homem e a capacidade do pensamento contínuo. Seu desconhecimento e o descontrole da força mental; o efeito do pensamento na prece coletiva e no passe; as conseqüências positivas e negativas no cotidiano das influências ativas e passivas que pratica e sofre.
A memória e o tempo
Tempo e espaço
Hermínio Miranda, com base nos episódios relatados pela Dra. Rhine, sobre uma jovem canadense que antecipou cenas de seu exame para motorista, que aconteceu dois dias depois; e sobre uma senhora de Seatle que antecipou cenas da janela de seu trem, que aconteceu meses depois; concluiu que se podemos ver o futuro, então é porque ele já existe.
Leibnitz disse, há mais de dois séculos, que o espaço é “a ordem ou relação das coisas entre si”; sem coisas, nada existe.
Hermínio indaga se haveria um espaço absoluto ou um tempo absoluto que servisse de referência às noções de espaço e tempo particulares de cada sistema; como o conceito de tempo da Terra, que decorre do seu movimento em torno de si e em torno do Sol.
Prof. Barnett alega que a dificuldade no entendimento da Teoria da Relatividade depende da compreensão de que o senso de tempo é uma forma de percepção. Um lapso de tempo nada é sem um evento que o assinale. Tempo é um conceito subjetivo, que depende de um observador para apreciá-lo e está subordinado à sua localização no Universo. Por exemplo: se às 19h00 ligássemos para Londres, cuja hora local seria 0h00, ainda assim estaríamos falando ao mesmo tempo. Se falássemos com Arcturus, um corpo celeste, essa diferença seria de 38 anos entre o “alô” e a resposta. Por isso o Prof. Barnett concluiu que o Universo, o mundo objetivo não “acontece”, simplesmente existe.URANOGRAFIA: ciência que descreve e estuda os fenômenos do céu; astronomia.
1. - A principal definição de “espaço é a extensão que separa dois corpos”. Seguindo esta idéia, alguns sofistas deduziram que onde não haja corpos não haverá espaço; o que serviu para alguns doutores em teologia afirmarem que sendo finito o número de corpos finito será o espaço.
Outra definição de espaço é “lugar onde se movem os mundos, o vazio onde a matéria atua”.
Galileu (Espírito comunicante pelo médium Camille Flammarion à Sociedade Espírita de Paris, em 1862 e 1863) propõe que se estabeleça o espaço como infinito. Argumenta que é difícil imaginar-se-lhe um limite; que seria mais fácil avançar eternamente pelo espaço, em pensamento, do que parar num ponto qualquer.
2. - “O tempo é a sucessão das coisas. Está ligado à eternidade, do mesmo modo que as coisas estão ligadas ao infinito”.
A Terra, no princípio, não se movia; por isso não se poderia determinar o tempo em época de séculos. Ao primeiro movimento, surgiu a manhã e a tarde. Para a Terra, a eternidade foi substituída pelo tempo contado em anos e séculos. Chegando o último dia deste mundo, cessarão os seus movimentos e o tempo acabará. Para a natureza universal, permanecem a imensidade sem limites e a eternidade sem limites.
O tempo é “medida relativa da sucessão das coisas transitórias”. Não existe medida de duração para a eternidade; ela não tem começo, nem fim: tudo lhe é presente.
quarta-feira, 27 de abril de 2011
Água Magnetizada
A água é, de todos os corpos inertes, o que mais facilmente se magnetiza e que também comunica melhor a energia de que é portadora.
A água, por si mesma, já é, como o ar, a luz, o calor, um dos elementos primordiais da nossa vida planetária; magnetizando-a, aumenta-se consideravelmente a energia das suas propriedades vitais. Na opinião de todos aqueles que se ocupam de magnetismo sob o ponto de vista curador, a água magnetizada representa um papel muito importante na medicina magnética; de todas as magnetizações intermediárias é a que produz efeitos mais surpreendentes e mais úteis à saúde.
Entre os acessórios dos tratamentos magnéticos, eu encaro a água magnetizada como um dos mais preciosos; empreguei-a muitas vezes, e com a maior vantagem. (Dr. Roullier, 1817)
A água magnetizada é um dos agentes mais poderosos e salutares que se podem empregar; vi-a produzir efeitos tão maravilhosos que eu receava iludir-me, e só pude acreditar depois de milhares de experiências. Os magnetizadores não fazem muito uso da água magnetizada; entretanto ela lhes pouparia muitas fadigas, dispensariam os seus doentes de vários remédios, e acelerariam a cura se dessem a esse meio todo o valor que merece. (Deleuze)
Os efeitos produzidos pela água magnetizada são múltiplos, às vezes são até absolutamente opostos; alternativamente tônica ou laxativa a água magnetizada fecha ou abre as vias de eliminação conforme as necessidades do organismo, pois toda a magnetização direta ou indireta tem por fim o equilíbrio das correntes, e conseguintemente o das funções. O efeito será tônico, quando houver excesso nas funções de eliminação; será laxativo, quando as funções de condensação forem exageradas.
A água magnetizada possui a preciosa vantagem de substituir qualquer espécie de purgantes e de agir naturalmente nas constipações mais recentes. Tomada regularmente, em jejum e nas refeições durante muitas semanas seguidas, acaba quase sempre restabelecendo o equilíbrio das funções e triunfando da inércia intestinal a mais rebelde. Por este meio, restabelece o curso normal das fezes em pessoas impossibilitadas que permaneciam no leito há muitos anos, sem que conseguissem defecar, a não ser por meio de purgantes e clisteres. Algumas vezes, os efeitos purgativos da água magnetizada são muito pronunciados.
No tratamento de um reumatismo articular agudo, não somente as bebidas magnetizadas fizeram cessar uma constipação renitente, mas ainda provocaram trinta e uma dejeções abundantes e infectas, em menos de cinco dias. Longe de enfraquecerem o doente, elas trouxeram uma melhora tal em seu estado, que ele pode levantar-se, apesar de não ter tomado alimento durante os dez dias que esteve no leito.
No tratamento de um tumor do ouvido, complicado de uma hemiplegia da face, a água magnetizada produziu, no espaço de dezoito dias, três a oito evacuações diárias: estas dejeções líquidas não fatigaram de maneira alguma o doente, e livraram-no definitivamente do corrimento purulento do ouvido, primeira causa da hemiplegia, que desapareceu por sua vez cinco meses depois.
Se a água magnetizada tomada internamente, favorece as digestões e secreções, impede o retorno dos acessos nas febres intermitentes e pode reconstituir o organismo por completo, como se fora o melhor dos fortificantes; o seu emprego externo em loções e compressas não tem menos efeitos soberanos, para as feridas, os dartros, as queimaduras, as erisipelas e as moléstias de olhos.
A água magnetizada deve ser empregada como acessório de todo tratamento para auxiliar a ação magnética direta. Receita-se como bebida nas refeições ou nos intervalos; emprega-se também em banhos e loções.
Magnetiza-se a água da maneira seguinte, conforme os recipientes que a contêm:
Para magnetizar um copo d'água, toma-se com a mão esquerda, e com a direita faz-se imposições e passes na superfície do líquido e ao longo das paredes do copo.
Para magnetizar uma jarra ou uma garrafa d'água, deve-se colocá-la desarrolhada na mão esquerda, e fazer com a mão direita imposições e passes na entrada do vaso e ao longo de suas paredes; se o recipiente for muito grande, de modo que não se possa tê-lo entre as mãos, coloca-se-o sobre uma mesa diante de si, envolve-se-o do melhor modo que for possível com os dedos abertos, depois faz-se em seguida imposições e passes com as duas mãos na entrada do recipiente e ao longo das suas paredes.
Para magnetizar um banho, passa-se a mão aberta pela superfície da água, duma extremidade à outra da banheira, mergulha-se-a durante alguns minutos; depois, estende-se as mãos fora da água, para o centro, fazendo passes sucessivos muito lentos sobre a superfície da água.
Proporciona-se o tempo da magnetização ao volume de água e ao tamanho do recipiente. São necessários de dois a cinco minutos para magnetizar um copo ou uma garrafa, e cerca de dez minutos para magnetizar um banho.
Do livro Magnetismo Curador - Alphonse Bué
- Lembramos que, neste caso, a água magnetizada diz respeito à magnetização através do Magnetismo Animal, ou seja, fluido vital oriundo do ser humano, através da imposição das mãos. Em nada tem a ver com águas magnetizadas (imantadas) através de purificadores, jarras ou aparelhos com ímãs. (Blog Magnetismo
Fénelon - Poitiers, 1861
Um dia, Deus, em sua caridade inesgotável, permitiu ao homem ver a verdade varar as trevas. Este dia foi a chegada do Cristo.
Depois da luz viva as trevas voltaram. O mundo, entre alternativas do conhecimento da verdade e obscuridade da ignorância, perdeu-se novamente. Então, tal como os profetas do Antigo Testamento, os Espíritos se puseram a falar e a vos advertir: O mundo está abalado em suas bases, o trovão provocará estrondo. Sede firmes!
O Espiritismo é de ordem divina, visto que repousa nas próprias leis da Natureza, e acreditai que tudo o que é de origem divina tem um objetivo grande e útil. Vosso mundo se perdia. A Ciência, desenvolvendo-se, à custa dos valores de ordem moral, estava vos conduzindo ao bem-estar material em proveito do Espírito das trevas. Vós o sabeis, cristãos: o coração e o amor devem andar unidos à Ciência. O reino do Cristo, infelizmente, após dezoito séculos, e apesar do sangue de tantos mártires, ainda não chegou. Cristãos, voltai ao Mestre que vos quer salvar. Tudo é fácil para aquele que crê e ama. O amor o enche de uma alegria indescritível. Sim, meus filhos, o mundo está abalado; os bons Espíritos vos dizem sempre; curvai-vos sob o sopro que anuncia a tempestade a fim de não serdes derrubados, isto é, preparai-vos e não vos assemelheis às virgens loucas*, que foram apanhadas desprevenidas à chegada do esposo.
A revolução que se prepara é mais moral do que material; os Espíritos, mensageiros do Senhor, inspiram a fé para que todos vós, companheiros da Doutrina, iluminados e ardentes, façais ouvir a vossa voz humilde.
Sois o grão de areia, mas, sem grãos de areia, não haveria montanhas, portanto, que estas palavras: “Somos pequenos”, não tenham mais sentido para vós. Cada um tem sua missão, cada um tem seu trabalho. A formiga não constrói seu formigueiro, e os animaizinhos insignificantes não erguem continentes? A nova cruzada começou: apóstolos da paz universal e não da guerra, São Bernardos modernos, olhai e andai para a frente! A lei dos mundos é a lei do progresso.
Aliança da Ciência e da Religião
A Ciência e a Religião são as duas alavancas da inteligência humana.
Uma revela as leis do mundo material e a outra, as leis do mundo moral. Ambas as leis, tendo no entanto o mesmo princípio, que é Deus, não podem contradizer-se, visto que, se uma contrariar a outra, uma terá necessariamente razão enquanto a outra não a terá, já que Deus não destruiria sua própria obra. A falta de harmonia e coerência que se acreditou existir entre essas duas ordens de idéias baseia-se num erro de observação e nos princípios exclusivistas de uma e de outra parte. Daí resultou uma luta e uma colisão de idéias que deram origem à incredulidade e à intolerância.
São chegados os tempos em que os ensinamentos do Cristo devem receber seu complemento; em que o véu propositadamente deixado sobre algumas partes desses ensinamentos deve ser erguido. A Ciência, deixando de ser exclusivamente materialista, deve levar em conta o elemento espiritual; a Religião deve reconhecer as leis orgânicas e imutáveis da matéria. Então, essas duas forças, juntas, apoiando-se uma na outra, se ajudarão mutuamente. A Religião, não sendo mais desmentida pela Ciência, adquirirá um poder inabalável, estará de acordo com a razão, já não podendo mais se opor à irresistível lógica dos fatos.
A Ciência e a Religião não puderam se entender até os dias atuais pois, cada uma examinando as coisas do seu ponto de vista exclusivo, repeliam-se mutuamente. Seria preciso alguma coisa para preencher o espaço que as separava, um traço de união que as aproximasse. Esse traço de união está no conhecimento das leis que regem o mundo espiritual e da sua afinidade e harmonia com o mundo corporal, leis tão imutáveis quanto as que regem o movimento dos astros e a existência dos seres. Estas afinidades, uma vez constatadas pela experiência, fazem surgir uma nova luz: a fé se dirigiu à razão, a razão não encontrou nada de ilógico na fé, e o materialismo foi vencido. Mas, nisso, como em tudo, há pessoas que ficam para trás, até serem arrastadas pelo movimento geral, que as esmaga, se tentam resistir ao invés de o acompanhar. É toda uma revolução moral que se opera neste momento e que trabalha e aperfeiçoa os espíritos. Após ser elaborada durante mais de dezoito séculos, ela chega à sua plena realização e vai marcar uma nova era da Humanidade. As conseqüências dessa revolução são fáceis de se prever: deve trazer para as relações sociais inevitáveis modificações, às quais ninguém poderá se opor, porque estão na vontade de Deus e resultam da lei do progresso, que é sua Lei.
Vida e obras de André Luiz
Biografia do Autor Espiritual:
O espírito que conhecemos como André Luiz, em sua última encarnação foi um médico brasileiro residente no Rio de Janeiro. Com bons conhecimentos científicos e grande capacidade de observação, foi-lhe permitido relatar, através do médium Francisco Cândido Xavier, suas experiências como desencarnado.
O primeiro livro de André Luiz é de 1943. Neste livro ele descreve sua chegada ao plano espiritual, iniciando pelo período de perturbação imediato após a morte, seguindo pelo seu restabelecimento e primeiras atividades, até o momento em que se torna "cidadão" de "Nosso Lar", colônia espiritual que dá nome ao livro.
Coleção André Luiz
Natureza da Obra: A presente coleção, também intitulada A Vida no Mundo Espiritual, proporcionou ao mundo a revelação do plano espiritual com tal riqueza de detalhe que ficará na história da humanidade como o grande momento da revelação espírita, depois do advento da Codificação, à vista do seu ineditismo. Descreve a vida nas comunidades espirituais e a geografia do mundo espiritual. O autor revela, quando das incursões nas regiões sombrias, integrando equipes de socorro, a dura condição vivida pelas criaturas nas diversas instâncias de dor e sofrimento.
Nosso Lar - André Luiz descreve sua chegada no Além. Surpreso, defronta-se com as belezas e realidades da vida depois da morte, assistido pelo Instrutor Clarêncio que lhe enseja estudos e experiência, aprendizado e reflexão. Essa obra foi eleita como o mais importante livro espírita do século XX por meio de enquete realizada entre estudiosos de Espiritismo pela organização publicadora da revista A Candeia. Além disso, já foi traduzida para vários idiomas, incluindo o esperanto e o japonês, tendo superado a tiragem de 1 milhão de exemplares, somente pela Federação Espírita Brasileira.
Os Mensageiros - Relato de inúmeras experiências que enriquecem o acervo doutrinário. Médiuns e oradores que faliram. Tarefas socorristas. A vitória do Bem e da moral Superior.
Missionários da Luz - Acompanhe um processo de reencarnação pela ótica do mundo Espiritual. Aprecie também os processos mediúnicos da incorporação e da psicografia. Conhecimentos essenciais ao médium espírita.
Obreiros da Vida Eterna - O prêmio que a morte oferece. A assistência espiritual ante a desencarnação. A Casa transitória de Fabiano. Um livro que nos ensina a morrer.
No mundo Maior - Relatos emocionantes das causas dos desequilíbrios nervosos. Desvio da lei natural da justiça reta. Abusos sexuais. Crimes. Alcoolismo. Os destinos da alma. Incursões por regiões sombrias e suas surpresas.
Agenda Cristã - Verdadeiro manancial de conselhos, normas e reflexões para a vida cotidiana. Lições para o seu viver diário. Pensamentos nobres, eivados de otimismo e encorajamento.
Libertação - Um processo obsessivo acompanhado por André Luiz, onde o amor, o vero amor, pontifica por libertador de almas e consciências. As peripécias da equipe espiritual encontradas nas regiões de sombras com ilustrações e particularidades inimaginadas sobre a condição do espírito desencarnado ali situado.
Entre a Terra e o Céu - Oitava obra de André Luiz. Nela aprendemos o respeito que nos cabe consagrar ao corpo físico e o impositivo incessante de serviço ao bem.
Nos Domínios da Mediunidade - Estudo profundo sobre as mais diversas formas de mediunidade. Junto com “O Livro dos Médiuns”, de Allan Kardec, é roteiro luminoso para os que aspiram à mediunidade equilibrada.
Ação e Reação - Estudo da lei de Causa e Efeito. A cada um segundo suas obras. Homenagem de André Luiz ao Centenário da Codificação Espírita. Situações ilustrativas de desencarnações por resgate, a exemplo de um acidente aéreo.
Evolução em Dois Mundos - Apreciação do perispírito pela ótica espírita-científica. Obra recebida por Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira. Um livro para estudo e reflexão.
Mecanismos da Mediunidade - Erudito estudo que ressalta as teorias modernas da Ciência e se eleva aos profundos domínios da elaboração mental, abrangendo a mediunidade.
Conduta Espírita - O título fala pelo livro. Exortações para uma vivência dentro dos padrões da Doutrina Espírita. Como ser espírita em todos os momentos da vida.
Sexo e Destino - “Conceitos da Espiritualidade Superior em torno do sexo e destino - fotografia real de nossas realidades amargas entremeadas de eternas esperanças.”
Desobsessão - O que é uma reunião de desobsessão. Como realizá-la. Apontamentos valiosos. Orientações saudáveis. Esclarecimentos oportunos. Um livro sempre atual.
E a Vida Continua - Os intrincados problemas da alma. O encontro de Ernesto Fantini e Evelina Serpa. A imortalidade da alma e sua atividade incessante. A lei regendo vidas e redimindo corações.
A obra mediúnica de André Luiz tem grande influência sobre o movimento espírita. As descrições do plano espiritual estabeleceram novo patamar de compreenção da vida espiritual.
Aproveitem e boa leitura!
sábado, 23 de abril de 2011
Carta de Bezerra de Mezeses 19 Abril 2010
Queridos amigos, estas noticias nos chegam da Comunhão Espírita de Brasília por meio de colegas que lá trabalham e estudam em 19/04/2010 Leiam e reflitam sobre estas verdades. Um abraço
Irmãos amigos, devotados obreiros da seara de Jesus! Abraçando-os em nome dos trabalhadores do lado de cá, rogamos ao Mestre Amigo bênçãos de paz para todos!
Os novos tempos em transcurso no plano físico anunciam uma era de transformações necessárias à implementação do processo evolutivo do ser humano. Os dois planos da vida se irmanam e laços de solidariedade se estreitam, tendo em vista os acontecimentos previstos.
Em atendimento aos compromissos firmados por orientadores do Planeta, almas abnegadas se desdobram em atividades, definindo responsabilidades e tarefas a serem desenvolvidas em épocas específicas.
Não longe, porém, nas regiões purgatoriais de sofrimento que assinalam o perfil dos seus habitantes, no mundo espiritual, almas se agitam, movimentam-se, produzindo ruídos e clamores na expectativa de se beneficiarem, de alguma forma, com a programação que o Alto determina.
Desassossegados, temem as mudanças que já lhes foram anunciadas e, por não saberem ainda administrar emoções e desejos, dirigem-se às praças públicas e aos templos religiosos de diferentes interpretações para debaterem e opinarem: ora aceitam os ventos das mudanças, ora se rebelam, posicionando-se contra elas.
Nesse processo, influenciam os encarnados que lhes acatam as opiniões vacilantes e, ao mesmo tempo, são por eles influenciados.
O certo é que a Humanidade chegou a um ponto de sua caminhada evolutiva que não mais se lhe permite retrocesso de qualquer natureza.
Trata-se de uma população heterogênea constituída de almas esclarecidas e de outras em processo de reajuste espiritual. As primeiras revelam-se iluminadas pelo trabalho desenvolvido na fieira dos séculos, quando adquiriram recursos superiores de inteligência e de moralidade.
Retornam à reencarnação para exercer influência positiva sobre as mentes que se encontram em processo de reparação, necessitadas de iluminação espiritual.
A atual Humanidade será pouco a pouco mesclada por esses dois grupos de Espíritos reencarnantes. Inicialmente na sua terça parte, abrangendo todo o Planeta, depois, dois e três terços. O trânsito entre os dois planos estará significativamente acelerado. Um trânsito de mão dupla, acrescentamos, pois coletividades de encarnados também retornarão à Pátria verdadeira.
Anunciam-se, então, o processo renovador de consciências por meio de provações, algumas acerbas. Uma operação de decantação que visa selecionar os futuros habitantes do Planeta, aqueles que deverão viver os alvores da
Era da Regeneração.
A massa humana de sofredores, de Espíritos empedernidos, repetentes de
anteriores experiências, retornará à gleba terrestre em cerca de cinquenta anos, mas os guardiões da Terra estarão a postos, ao lado de cada encarnado ou desencarnado convocando-os à transformação para o bem.
É a Era do Espírito, anunciada a clarinadas na manhã do dia de ontem, 18 de abril de 2010, no momento em que o sol lançava os seus primeiros raios à Terra.
Em região muito próxima ao plano físico, habitantes do Além quase que se fundiram com a humanidade encarnada para, em reunião de luz e vibração
amorosa, ouvir o mensageiro de Jesus que lhes traçou as diretrizes de uma nova ordem planetária, que ora começa a se estabelecer.
Ismael falou emocionado para os representantes de todas as nacionalidades, logo após a manifestação clamorosa dos seus patronos e guias. Revelou planos de Jesus relacionados à cristianização dos homens. Ao final da abençoada assembleia,
Espíritos valorosos deram-se as mãos, envolvendo o Planeta em suas elevadas vibrações, transformadas em pérolas que caiam do alto sobre os seus habitantes, atingindo-lhes a fronte na forma de serafina luminosidade.
Estejam, pois, atentos para os acontecimentos, meus filhos. Reflitam a respeito do trabalho que se delineia e, do posto de serviço onde se encontrem, sejam, todos e cada um, foco de luz, ponto de apoio.
Ouçam as vozes do céu, pois estão marcados pela luz dos guardiões planetários.Façam a parte que lhes cabem. Sejam bons, honestos, laboriosos, fraternos.
Os dias futuros de lutas e dores assemelham-se aos “ais” apocalípticos. Surgirão aqui, acolá e mais além, implorando pela união, compaixão e misericórdia, individual e coletiva.
Assim, irmãos e amigos, não cometam o equívoco de olhar para trás, mas coloquem as mãos na charrua do Evangelho e sigam adiante. Não repitam a experiência da mulher de Ló, o patriarca hebreu que, possuidora de fé frágil, olhou para trás em busca dos prazeres perdidos, transformando-se em estátua de sal, desiludida pela aridez das falsas ilusões. Façam brilhar a própria luz, meus filhos! Este é o clamor do Evangelho, hoje e sempre!...
(Carta de Bezerra de Menezes - 19/04/2010)
sexta-feira, 22 de abril de 2011
IGREJA CATÓLICA e a COMUNICAÇÃO COM OS ESPÍRITOS
Don Helder Câmara
Recentemente foi lançado no mercado cultural um livro mediúnico trazendo as reflexões de um padre depois da morte, atribuído, justamente, ao Espírito Dom Helder Camara, bispo católico, arcebispo emérito de Olinda e Recife, desencarnado no dia 28 de agosto de 1999, em Recife (PE).
O livro psicografado pelo médium Carlos Pereira, da Sociedade Espírita Ermance Dufaux, de Belo Horizonte, causou muita surpresa no meio espírita e grande polêmica entre os católicos. O que causou mais espanto entre todos foi a participação de Marcelo Barros, monge beneditino e teólogo, que durante nove anos foi secretário de Dom Helder Câmara, para a relação ecumênica com as igrejas cristãs e as outras religiões.
Marcelo Barros secretariou Dom Helder Câmara no período de 1966 a 1975 e tem 30 livros publicados. Ao prefaciar o livro Novas Utopias, do espírito Dom Helder, reconhecendo a autenticidade do comunicante, pela originalidade de suas idéias e, também, pela linguagem, é como se a Igreja Católica viesse a público reconhecer o erro no qual incorreu muitas vezes, ao negar a veracidade do fenômeno da comunicação entre vivos e mortos, e desse ao livro de Carlos Pereira, toda a fé necessária como o Imprimátur do Vaticano.
É importante destacar, ainda, que os direitos autorais do livro foram divididos em partes iguais, na doação feita pelo médium, à Sociedade Espírita Ermance Dufaux e ao Instituto Dom Helder Câmara, de Recife, o que, aliás, foi aceito pela instituição católica, sem qualquer constrangimento.
No prefácio do livro aparece também o aval do filósofo e teólogo Inácio Strieder e a opinião favorável da historiadora e pesquisadora Jordana Gonçalves Leão, ambos ligados à Igreja Católica. Conforme eles mesmos disseram, essa obra talvez não seja uma produção direcionada aos espíritas, que já convivem com o fenômeno da comunicação, desde a codificação do Espiritismo; mas, para uma grandiosa parcela da população dentro da militância católica, que é chamada a conhecer a verdade espiritual, porque "os tempos são chegados", estes ensinamentos pertencem à natureza e, conseqüentemente, a todos os filhos de Deus.
A verdade espiritual não é propriedade dos espíritas ou de outros que professam estes ensinamentos e, talvez, porque, tenha chegado o momento da Igreja Católica admitir, publicamente, a existência espiritual, a vida depois da morte e a comunicação entre os dois mundos.
Na entrevista com Dom Helder Câmara, realizada pelos editores, o Espírito comunicante respondeu as seguintes perguntas sobre a vida espiritual:
Dom Helder, mesmo na vida espiritual, o senhor se sente um padre?
Do outro lado da vida o senhor tem alguma facilidade a mais para realizar seu trabalho e exprimir seu pensamento, ou ainda encontra muitas barreiras com o preconceito religioso?
Como o senhor está auxiliando nossa sociedade na condição de desencarnado?
Do mesmo jeito. Nós temos as mesmas preocupações com aqueles que passam fome, que estão nos hospitais, que são injustiçados pelo sistema que subtrai liberdades, enriquece a poucos e colocam na pobreza e na miséria muitos; todos aqueles desvalidos pela sorte. Nós juntamos a todos que pensam semelhantemente a nós, em tarefas enobrecedoras, tentando colaborar para o melhoramento da humanidade.
Como é sua rotina de trabalho?
A minha rotina de trabalho é, mais ou menos, a mesma.. Levanto-me, porque aqui também se descansa um pouco, e vamos desenvolver atividades para as quais nos colocamos à disposição. Há grupos que trabalham e que são organizados para o meio católico, para aqueles que precisam de alguma colaboração. Dividimo-nos em grupos e me enquadro em algumas atividades que faço com muito prazer.
Qual foi a sua maior tristeza depois de desencarnado? E qual foi a sua maior alegria?
Eu já tinha a convicção de que estaria no seio do Senhor e que não deixaria de existir.
Poder reencontrar os amigos, os parentes, aqueles aos quais devotamos o máximo de nosso apreço e consideração e continuar a trabalhar, é uma grande alegria. A alegria do trabalho para o Nosso Senhor Jesus Cristo.
Poder reencontrar os amigos, os parentes, aqueles aos quais devotamos o máximo de nosso apreço e consideração e continuar a trabalhar, é uma grande alegria. A alegria do trabalho para o Nosso Senhor Jesus Cristo.
O senhor, depois de desencarnado, tem estado com freqüência nos Centros Espíritas?
Não. Os lugares mais comuns que visito no plano físico são os hospitais; as casas de saúde; são lugares onde o sofrimento humano se faz presente. Naturalmente vou à igreja, a conventos, a seminários, reencontro com amigos, principalmente em sonhos, mas minha permanência mais freqüente não é na casa espírita.
O senhor já era reencarnacionista antes de morrer?
Não. Porque eu já sabia que muitas pessoas portadoras da mediunidade faziam isso. Eu apenas não me especializei, não procurei mais detalhes, deixei isso para depois, quando houvesse tempo e oportunidade.
Porque eu pedi. Via-me com a necessidade de expressar aos meus irmãos da Terra que a vida continua e que não paramos simplesmente quando nos colocam dentro de um caixão e nos dizem "acabou-se". Eu já pensava que continuaria a existir, sabia que haveria algo depois da vida física. Falei isso muitas vezes. Então, senti a necessidade de me expressar por um médium quando estivesse em condições e me fossem dadas as possibilidades. É isto que eu estou fazendo.
Encontramos muitas barreiras. As pessoas que estão do lado de cá reproduzem o que existe na Terra. Os mesmos agrupamentos que se formam aqui se reproduzem na Terra. Nós temos as mesmas dificuldades de relacionamento, porque os pensamentos continuam firmados, cristalizados em crenças em determinados pontos que não levam a nada. Resistem a ideia de evolução dos conceitos. Mas, a grande diferença é que por estarmos com a vestimenta do espírito, tendo uma consciência mais ampliada das coisas podemos dirigir os nossos pensamentos de outra maneira e assim influenciar aqueles que estão na Terra e que vibram na mesma sintonia.Não poderia deixar de me sentir padre, porque minha alma, mesmo antes de voltar, já se sentia padre. Ao deixar a existência no corpo físico, continuo como padre porque penso e ajo como padre. Minha convicção à Igreja Católica permanece a mesma, ampliada, é claro, com os ensinamentos que aqui recebo, mas continuo firme junto aos meus irmãos de Clero a contribuir, naquilo que me seja possível, para o bem da humanidade.
Nunca fui reencarnacionista, diga-se de passagem. Não tenho sobre este ponto um trabalho mais desenvolvido porque esse é um assunto delicado, tanto é que o pontuei bem pouco no livro. O que posso dizer é que Deus age conforme a sua sabedoria sobre as nossas vidas e que o nosso grande objetivo é buscarmos a felicidade mediante a prática do amor. Se for preciso voltar a ter novas experiências, isso será um processo natural.
Qual é o seu objetivo em escrever mediunicamente?
Mudar, ou pelo menos contribuir para mudar, a visão que as pessoas têm da vida, para que elas percebam que continuamos a existir e que essa nova visão possa mudar profundamente a nossa maneira de viver.
Qual foi a sensação com a experiência da escrita mediúnica?
Minha tentativa de adaptação a essa nova forma de escrever foi muito interessante, porque, de início, não sabia exatamente como me adaptar ao médium para poder escrever. É necessário que haja uma aproximação muito grande entre o pensamento que nós temos com o pensamento do médium. É esse o grande de todos nós porque o médium precisa expressar aquilo que estamos intuindo a ele. No início foi difícil, mas aos poucos começamos a criar uma mesma forma de expressão e de pensamento, aí as coisas melhoraram. Outros (médiuns) pelos quais tento me comunicar enfrentam problemas semelhantes.
Foi uma surpresa saber que poderia se comunicar pela escrita mediúnica?
Não. Porque eu já sabia que muitas pessoas portadoras da mediunidade faziam isso. Eu apenas não me especializei, não procurei mais detalhes, deixei isso para depois, quando houvesse tempo e oportunidade.
Imaginamos que haja outros padres que também queiram escrever mediunicamente, relatarem suas impressões da vida espiritual. Por que Dom Helder é quem está escrevendo?
Porque eu pedi. Via-me com a necessidade de expressar aos meus irmãos da Terra que a vida continua e que não paramos simplesmente quando nos colocam dentro de um caixão e nos dizem "acabou-se". Eu já pensava que continuaria a existir, sabia que haveria algo depois da vida física. Falei isso muitas vezes. Então, senti a necessidade de me expressar por um médium quando estivesse em condições e me fossem dadas as possibilidades. É isto que eu estou fazendo.
Outros padres, então, querem escrever mediunicamente em nosso País?
Sim. E não poucos. São muitos aqueles que querem usar a pena mediúnica para poder expressar a sobrevivência após a vida física. Não o fazem por puro preconceito de serem ridicularizados, de não serem aceitos, e resguardam as suas sensibilidades espirituais para não serem colocados numa situação de desconforto. Muitos padres, cardeais até, sentem a proteção espiritual nas suas reflexões, nas suas prédicas, que acreditam ser o Espírito Santo, que na verdade são os irmãos que têm com eles algum tipo de apreço e colaboram nas suas atividades..
Como o senhor se sentiu em interação com o médium Carlos Pereira?
Muito à vontade, pois havia afinidade, e porque ele se colocou à disposição para o trabalho. No princípio foi difícil juntar-me a ele por conta de seus interesses e de seu trabalho. Quando
acertamos a forma de atuar, foi muito fácil, até porque, num outro momento, ele começou a pesquisar sobre a minha última vida física. Então ficou mais fácil transmitir-lhe as informações que fizeram o livro.
acertamos a forma de atuar, foi muito fácil, até porque, num outro momento, ele começou a pesquisar sobre a minha última vida física. Então ficou mais fácil transmitir-lhe as informações que fizeram o livro.
O senhor acredita que a Igreja Católica irá aceitar suas palavras pela mediunidade?
Não tenho esta pretensão. Sabemos que tudo vai evoluir e que um dia, inevitavelmente, todos aceitarão a imortalidade com naturalidade, mas é demais imaginar que um livro possa revolucionar o pensamento da nossa Igreja. Acho que teremos críticas, veementes até, mas outros mais sensíveis admitirão as comunicações. Este é o nosso propósito.
É verdade que o senhor já tinha alguns pensamentos espíritas quando na vida física?
Eu não diria espírita; diria espiritualista, pois a nossa Igreja, por si só, já prega a sobrevivência após a morte. Logo, fazermos contato com o plano físico depois da morte seria uma conseqüência natural. Pensamentos espíritas não eram, porque não sou espírita. Sem nenhum tipo de constrangimento em ter negado alguns pensamentos espíritas, digo que cheguei a ter, de vez em quando, experiências íntimas espirituais.
Igreja - Há as mesmas hierarquias no mundo espiritual?
Não exatamente, mas nós reconhecemos os nossos irmãos que tiveram responsabilidades maiores e que notoriamente tem um grau evolutivo moral muito grande. Seres do lado de cá se reconhecem rapidamente pela sua hombridade, pela sua lucidez, pela sua moralidade. Não quero dizer que na Terra isto não ocorra, mas do lado de cá da vida isto é tudo mais transparente; nós captamos a realidade com mais intensidade. Autoridade aqui não se faz somente com um cargo transitório que se teve na vida terrena, mas, sobretudo, pelo avanço moral.
Qual seu pensamento sobre o papado na atualidade?
Muito controverso esse assunto. Estar na cadeira de Pedro, representando o pensamento maior de Nosso Senhor Jesus Cristo, é uma responsabilidade enorme para qualquer ser humano. Então fica muito fácil, para nós que estamos de fora, atribuirmos para quem está ali sentado, algum tipo de consideração. Não é fácil. Quem está ali tem inúmeras responsabilidades, não apenas materiais, mas descobri que as espirituais ainda em maior grau. Eu posso ter uma visão ideológica de como poderia ser a organização da Igreja; defendi isso durante minha vida. Mas tenho que admitir, embora acredite nesta visão ideal da Santa Igreja, que as transformações pelas quais devemos passar merecem cuidado, porque não podemos dar sobressaltos na evolução. Queira Deus que o atual Papa Ratzinger (Bento XVI) possa ter a lucidez necessária para poder conduzir a Igreja ao destino que ela merece.
O senhor teria alguma sugestão a fazer para que a Igreja cumpra seu papel?
Não preciso dizer mais nada. O que disse em vida física, reforço. Quero apenas dizer que quando estamos do lado de cá da vida, possuímos uma visão mais ampliada das coisas.
Determinados posicionamentos que tomamos, podem não estar em seu melhor momento de implantação, principalmente por uma conjuntura de fatores que daqui percebemos. Isto não quer dizer que não devamos ter como referência os nossos principais ideais e, sempre que possível, colocá-los em prática.
Espíritas no futuro?
Não tenho a menor dúvida. Não pertencem estes ensinamentos a nossa Igreja, ou de outros que professam estes ensinamentos espirituais. Portanto, mais cedo ou mais tarde, a nossa Igreja terá que admitir a existência espiritual, a vida depois da morte, a comunicação entre os dois mundos e todos os outros princípios que naturalmente decorrem da vida espiritual.
Quais são os nomes mais conhecidos da Igreja que estão cooperando com o progresso do Brasil no mundo espiritual?
Enumerá-los seria uma injustiça, pois há base em todas as localidades. Então, dizer um nome ou outro seria uma referência pontual porque há muitos, que são poucos conhecidos, mas que desenvolvem do lado de cá da vida um trabalho fenomenal e nós nos engajamos nestas iniciativas de amor ao próximo.
Amor - Que mensagem o senhor daria especificamente aos católicos agora, depois da morte?
Que amem, amem muito, porque somente através do amor vai ser possível trazer um pouco mais de tranqüilidade à alma. Se nós não tentarmos amar do fundo dos nossos corações, tudo se transformará numa angústia profunda. O amor, conforme nos ensinou o Nosso Senhor Jesus Cristo, é a grande mola salvadora da humanidade.
Que amem, amem muito, porque somente através do amor vai ser possível trazer um pouco mais de tranqüilidade à alma. Se nós não tentarmos amar do fundo dos nossos corações, tudo se transformará numa angústia profunda. O amor, conforme nos ensinou o Nosso Senhor Jesus Cristo, é a grande mola salvadora da humanidade.
Que mensagem o senhor deixaria para nós, espíritas?
Que amem também, porque não há divisão entre espíritas e católicos ou qualquer outra crença no seio do Senhor. Não há. Essa divisão é feita por nós, não pelo Criador. São aceitáveis porque demonstram diferenças de pontos de vista, no entanto, a convergência é única, aqui simbolizada pela prática do amor, pois devemos unir os nossos esforços.
Que mensagem o senhor deixaria para os religiosos de uma maneira geral?
Que amem. Não há outra mensagem senão a mensagem do amor. Ela é a única e principal mensagem que se pode deixar.
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