quarta-feira, 18 de maio de 2011

Destinação dos espíritos errantes.


As missões de que podem ser encarregados os Espíritos errantes são tão variadas que impossível fora descrevê-las. Muitas há mesmo que não podeis compreender. Os Espíritos executam as vontades de Deus e não vos é dado penetrar-lhe todos os desígnios.
As missões dos Espíritos têm sempre por objeto o bem. Quer como Espíritos, quer como homens, são incumbidos de auxiliar o progresso da Humanidade, dos povos ou dos indivíduos, dentro de um círculo de idéias mais ou menos amplas, mais ou menos especiais e de velar pela execução de determinadas coisas. Alguns desempenham missões mais restritas e, de certo modo, pessoais ou inteiramente locais, como sejam assistir os enfermos, os agonizantes, os aflitos, velar por aqueles de quem se constituíram guias e protetores, dirigi-los, dando-lhes conselhos ou inspirando-lhes bons pensamentos. Pode dizer-se que há tantos gêneros de missões quantas as espécies de interesses a resguardar, assim no mundo físico, como no moral. O Espírito se adianta conforme à maneira por que desempenha a sua tarefa.

Cada Espírito é recompensado de acordo com as suas obras, com o bem que intentou fazer e com a retidão de suas intenções.
Os Espíritos encarnados têm ocupações inerentes às suas existências corpóreas. No estado de erraticidade, ou de desmaterialização, tais ocupações são adequadas ao grau de adiantamento deles.



·         Uns percorrem os mundos, se ocupam com o progresso, dirigindo os acontecimentos e sugerindo idéias que lhe sejam propícias. Assistem os homens de gênio que concorrem para o adiantamento da Humanidade.

·         Outros encarnam com determinada missão de progresso.

·         Outros tomam sob sua tutela os indivíduos, as famílias, as reuniões, as cidades e os povos, dos quais se constituem os anjos guardiães, os gênios protetores e os Espíritos familiares.




·         Outros, finalmente, presidem aos fenômenos da Natureza, de que se fazem os agentes diretos.

·         Os Espíritos vulgares se imiscuem em nossas ocupações e diversões.



·         Os impuros ou imperfeitos aguardam, em sofrimentos e angústias, o momento em que praza a Deus proporcionar-lhes meios de se adiantarem. Se praticam o mal, é pelo despeito de ainda não poderem gozar do bem.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Os Bons Espíritas

 O Espiritismo bem compreendido e bem sentido leva o homem
naturalmente às qualidades mencionadas, que caracterizam o verdadeiro
espírita, o verdadeiro cristão, pois um e outro são a mesma coisa.
O Espiritismo não estabelece nenhuma nova ordem moral, mas facilita
aos homens a compreensão e a prática da moral do Cristo, dando
a fé inabalável e esclarecida àqueles que duvidam ou vacilam.
Muitos daqueles que acreditam nos fatos das manifestações espíritas
não compreendem nem suas conseqüências, nem seu alcance
moral, ou, se os compreendem, não os aplicam a si mesmos. Por que
isso acontece? Será falta de clareza da Doutrina? Não. A Doutrina
Espírita não contém nem alegorias*, nem figuras* que possam dar
lugar a falsas interpretações. A clareza é sua própria essência, e é de
onde vem a sua força, pois vai diretamente à inteligência. Ela não tem
nada de misteriosa, e seus seguidores não estão de posse de nenhum
segredo oculto ao povo.
É preciso, então, para compreendê-la, uma inteligência fora do
comum? Não. Há homens de uma reconhecida capacidade que não
a compreendem, enquanto inteligências simples, até mesmo jovens,
mal saídos da adolescência, apreendem-na com uma admirável exatidão,
nos seus mais delicados detalhes. Isso acontece porque a
parte por assim dizer material da Ciência não requer mais do que
olhos para ser observada. Enquanto a parte essencial do Espiritismo
exige um certo grau de sensibilidade, que independe da idade ou do
grau de instrução da criatura, ao qual podemos chamar de maturidade
do senso moral, essa maturidade lhe é própria porque, de certa
forma, corresponde ao grau de desenvolvimento que o Espírito encarnado
já possui.
Os laços da matéria, em alguns, estão ainda muito fortes para
permitir ao Espírito libertar-se das coisas da Terra; o nevoeiro que
o envolve impede-lhe a visão do infinito. Eis porque ele não rompe
facilmente nem com seus gostos, nem com seus hábitos, não percebendo
que possa haver qualquer coisa de melhor do que aquilo
que possui. A crença nos Espíritos é, para eles, um simples fato,
que modifica muito pouco, ou quase nada, suas tendências instintivas.
Numa palavra: vêem apenas um raio de luz, insuficiente para
orientá-los e lhes dar uma vontade determinada, capaz de vencer
suas tendências. Eles prendem-se mais aos fenômenos do que à
moral, que lhes parece banal e monótona; pedem aos Espíritos para
ter acesso de imediato aos novos mistérios, sem perguntar a si
mesmos se são dignos para penetrar nas vontades e mistérios do
Criador. São espíritas imperfeitos, alguns deles estacionam no caminho
ou se distanciam de seus irmãos em crença, pois recuam
diante da obrigação de se reformarem, ou então reservam suas
simpatias para aqueles que compartilham das suas fraquezas e
prevenções. Entretanto, a aceitação dos princípios da Doutrina
Espírita é um primeiro passo que lhes permitirá um segundo mais
fácil numa outra existência.
Aquele que pode, com razão, ser qualificado como verdadeiro
e sincero espírita está num grau superior de adiantamento moral; o
Espírito, já dominando mais completamente a matéria, dá-lhe uma
percepção mais clara do futuro; os princípios da Doutrina Espírita
fazem nele vibrar os sentimentos, que permanecem adormecidos
nos outros; em uma palavra, foi tocado no coração e a sua fé é
inabalável. Um é como o músico que se comove com os acordes,
enquanto o outro ouve apenas sons. Reconhece-se o verdadeiro
espírita por sua transformação moral e pelos esforços que faz para
dominar suas más tendências; enquanto um se satisfaz em seu horizonte
limitado, o outro, que compreende um pouco mais,
esforça-se para se libertar dele e sempre o consegue, quando tem
uma vontade firme.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Auxílio Moral - Emmanuel



Em muitas circunstâncias, afligimo-nos ante a impossibilidade de alterar o pensamento ou o rumo das pessoas queridas.

Como auxiliar um filho que se distancia de nós, através de atitudes que consideramos indesejáveis, ou amparar um amigo que persiste em caminho que não nos parece o melhor?

Às vezes, a criatura em causa é alguém que nos mereceu longo tempo de convivência e carinho; noutros lances da vida, é pessoa que se nos erigia na estrada em baliza de luz.

Tudo o que era harmonia passa ao domínio das contradições aparentes, e tudo aquilo que se nos figurava tarefa triunfante, nos oferece a impressão de trabalho deteriorado voltando à estaca zero.

Chegados a esse ponto de indagação e estranheza é imperioso compreender que todos os temos na edificação espiritual uns dos outros uma parte limitada de serviço e concurso, depois da qual vem a parte de Deus.

O lavrador promove condições favoráveis ao plantio da lavoura, mas não consegue colocar o embrião na semente; protege a árvore, mas não lhe inventa a seiva.

Assim ocorre igualmente conosco, nas linhas da existência.

Cada qual de nós pode ofertar a outrem apenas a colaboração de que é capaz.

Além dela, surge a zona íntima de cada um, na qual opera a Divina Providência, através de processos inesperados e, muitas vezes, francamente inacessíveis ao nosso estreito entendimento.

Diante, pois, dos seres diletos que se nos complicam na estrada, o melhor e mais eficiente auxílio moral com que possamos socorrê-los, será sempre o ato de entender-lhes a bênção da oração silenciosa, para que aceitem, onde se colocaram, o Amparo Divino que nunca falha.

Sejam quais sejam os problemas que nos forem apresentados pelos entes queridos, guardemos a própria serenidade e cumpramos para com eles a parte de serviço e devotamento que lhes devemos, depois da qual é forçoso nos decidamos a entregá-los à oficina da vida, em cujas engrenagens e experiências recolherão, tanto quanto nós todos temos recebido, a parte oculta do Amor e da assistência de Deus.


Xavier, Francisco Cândido. Do Livro: Alma e Coração. Ditado pelo Espírito Emmanuel

Espíritos Errantes



Separado do corpo físico, pela desencarnação, o Espírito, na maioria das vezes, reencarna depois de intervalos mais ou menos longos. Esses intervalos podem durar de algumas horas a alguns milhares de séculos, não existindo, neste sentido, limite determinado. Podem prolongar-se por muito tempo, mas nunca são perpétuos. Nesses intervalos, fica no estado de Espírito errante, estado em que espera nova reencarnação, aspirando a novo destino.

O fato de estar desencarnado, porém, não coloca o Espírito, obrigatoriamente, na condição de errante. Errante só o é o que necessita de nova encarnação para melhorar-se. O Espírito que não precisa mais encarnar para progredir já está no estado de Espírito puro. Assim, quanto ao estado em que se encontrem, os Espíritos podem ser:

1) Encarnados, que estão ligados a um corpo físico;

2) Errantes, que estão aguardando nova encarnação;

3) Puros, que estão desligados da matéria e sem necessidade de nova encarnação, já que chegaram à perfeição.
Convém destacar que o estado de erraticidade não é, por si só, sinal de inferioridade dos Espíritos, uma vez que há Espíritos errantes de todos os graus. A reencarnação é um estado transitório, já que o estado normal é quando está liberto da matéria.

Nesse estado de erraticidade, os espíritos não ficam inertes: estudam, observam, buscam informações que lhes enriqueçam o conhecimento das coisas, procurando o melhor meio de se elevarem. Como observa Léon Denis:"(...) O ensino dos Espíritos sobre a vida de além-túmulo faz-nos saber que no espaço não há lugar algum destinado à contemplação estéril, à beatitude ociosa. Todas as regiões do espaço estão povoadas por Espíritos laboriosos. (...)"

Assim, na condição de errante, o Espírito pode melhorar-se muito, conquistando novos conhecimentos, dependendo isso, naturalmente, de sua maior ou menor vontade. Todavia, será na condição de Espírito encarnado que terá oportunidade de colocar em prática as idéias que adquiriu e realizar, efetivamente, o progresso que está buscando.

Gabriel Delanne nos lembra: "(...) Os Espíritos são os próprios construtores do seu futuro conforme o ensino do Cristo: "A cada um segundo as suas obras." Todo Espírito que ficar demorado em seu progresso somente de si próprio deverá queixar-se, do mesmo modo que aquele que se adiantar tem todo o mérito do seu procedimento: a felicidade que ele conquistou tem por esse fato mais valor aos seus olhos.

A vida normal do Espírito efetua-se no espaço, mas a encarnação opera-se terras que povoam o Infinito; esta é necessária ao seu duplo progresso, moral e intelectual: ao progresso intelectual, pela atividade que ele é obrigado a desenvolver no trabalho; ao progresso moral, pela necessidade que os homens têm uns dos outros. A vida social é a pedra de toque das boas e das más qualidades. (...)"

Como explicar, entretanto, a situação da criança, cuja vida material se interrompe? E por que esse fato ocorre?

Tal qual acontece com o de um adulto, o Espírito de uma criança que morre em tenra idade volta ao mundo dos Espíritos. E, às vezes, é bem mais adiantado e bem mais experiente que o de um adulto, já que pode ter progredido em encarnações passadas.

"A curta duração da vida da criança pode representar, para o Espírito que a animava, o complemento de existência precedentemente interrompida antes do momento em que deverá terminar, e sua morte, também não raro, constitui provação ou expiação para os pais."

O Espírito cuja existência se interrompeu no período da infância recomeça uma nova existência."(...) Se uma única existência tivesse o homem e se, extinguindo-se-lhe ela, sua sorte ficasse decidida para a eternidade, qual seria o mérito de metade do gênero humano, da que morre na infância, para gozar, sem esforços, da felicidade eterna e com que direito se acharia isenta das condições, às vezes tão duras, a que se vê submetida a outra metade? Semelhante ordem de coisas não corresponderia à justiça de Deus. Com a reencarnação, a igualdade é real para todos. (...)"
Com a experiência vivida pelo Espírito da criança, os seus pais são também provados em sua compreensão para com a vida ou, então, resgatam débitos que assumiram no passado.

Compreendemos, assim que O Universo inteiro evolui.
         
          Segundo Léon Denis, como os mundos, os Espíritos prosseguem seu curso eterno, arrastados para um estado superior, entregues a ocupações diversas. Progressos a realizar, ciência a adquirir, dor a sufocar, remorsos a acalmar, amor, expiação, devotamento, sacrifício, todas essas forças, todas essas coisas os estimulam, os aguilhoam, os precipitam na obra; e, nessa imensidade sem limites, reinam incessantemente o movimento e a vida. A imobilidade e a inação é o retrocesso, é a morte. Sob o impulso da grande lei, seres e mundos, almas e sóis, tudo gravita e move-se na órbita gigantesca traçada pela vontade divina."